Arquivo da tag: mídia

Os humores do mercado como instrumento de governança neoliberal: autoritarismo econômico e hegemonia ideológica

Por David Deccache

Os governos que se submetem – por interesse, medo ou ignorância – ao terrorismo mitológico das elites econômicas estão colocando em risco não apenas a democracia, mas também o nosso próprio futuro como humanidade, algo totalmente incompatível e irresponsável com os desafios do nosso tempo. Continue lendo Os humores do mercado como instrumento de governança neoliberal: autoritarismo econômico e hegemonia ideológica

O sistema de comunicação brasileiro e os desafios regulatórios para o setor

Por Carlos Henrique Demarchi

As políticas de comunicação devem estar embasadas em modelos de equilíbrio entre os meios privados, estatais e públicos. O caso brasileiro denota a predominância do modelo comercial de comunicação, sem mecanismos de regulação. Continue lendo O sistema de comunicação brasileiro e os desafios regulatórios para o setor

Notícia falsa e inadequação das mídias em lidar com ela não são novidade, novidade é a saturação de fake news

Por Carlos Orsi

O início da Era da Pós-Verdade é fake news: o problema, para desespero dos populistas e dos marqueteiros, não é que as pessoas não se importam com a verdade, que a única forma de se comunicar com o público é por meio de apelos à emoção, à vaidade e ao preconceito, e sim que a verdade tem dificuldades em chamar a atenção num ambiente de mídia tão saturado quanto o contemporâneo. Continue lendo Notícia falsa e inadequação das mídias em lidar com ela não são novidade, novidade é a saturação de fake news

Os jogos tradicionais e a representação midiática indígena

Por Marina Gomes

O tratamento midiático de assuntos relacionados às temáticas indígenas toma vieses bastante questionáveis, especialmente quando se observam os veículos de maior circulação nacional. Se delimitarmos temas polêmicos como a construção da usina de Belo Monte, na bacia do Xingu, ou a recente tentativa de abrir – de maneira discutível – a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) para exploração de mineradoras, esses expedientes são facilmente identificáveis. Continue lendo Os jogos tradicionais e a representação midiática indígena

Febre amarela midiática: a doença como um produto jornalístico

Por Cláudia Malinverni

No verão de 2007-2008, o Brasil vivia uma epizootia de febre amarela silvestre, desde o início classificada pela autoridade de saúde pública e a maior parte da comunidade científica como dentro da normalidade epidemiológica. A imprensa de massa discordou e deu ao evento uma intensa e controversa cobertura, que mobilizou a imprensa nacional em todos os suportes (TV, rádio, jornais, revistas, internet). Nesse processo de produção da notícia, configurou a doença como uma realidade epidêmica urbana – ciclo, ressalte-se, não registrado no país desde 1942. Continue lendo Febre amarela midiática: a doença como um produto jornalístico

Os meios de comunicação e a democracia

Por Luis Felipe Miguel

Nos regimes que, em geral, aceitamos como “democráticos” o povo não governa. Sua influência nas decisões políticas é filtrada por mecanismos de intermediação, entre os quais a mídia. A falsificação escancarada e a omissão deliberada não resumem o repertório de formas de intervenção política da mídia. Ainda mais crucial é o poder de determinar a agenda que receberá atenção pública, os agentes e as posições relevantes. Há casos de manipulação ostensiva, mas o mais importante é o efeito sistemático da reduzida pluralidade do noticiário. Continue lendo Os meios de comunicação e a democracia

Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?

Por Reginaldo C. Moraes

O reino da pós-verdade não é uma consequência de qualquer “determinismo tecnológico” ou o fruto da “explosão da informação” que, supostamente, caracteriza nosso cotidiano, balcanizando e fragmentando a informação, disseminando a crença em tudo e, portanto, em nada. Aquilo que por vezes se tem chamado imprecisamente de “sombra do fascismo” é um filho legítimo do movimento de fim da história, isto é, da caricatura de democracia liberal e de mercado livre que os poderes fáticos do centro do mundo impuseram ao planeta como destino inelutável. É surpreendente que os personagens vocacionados para o sucesso hoje sejam encarnação da “anti-política”? Pode ser um empresário excêntrico e agressivo, pode ser um chefe cripto-hitleriano. A emergência desses tipos é uma descendência legítima da apologia da globalização. A mídia conservadora americana não via Trump como o candidato dos sonhos. Mas não podem rejeitar a paternidade. A imprensa liberal também o recusa, evidentemente. Mas não pode negar que ele é a versão cínica e truculenta daquilo que fazem, elegantemente, os falcões globalistas do Partido Democrata. Continue lendo Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?