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Robótica pedagógica

Por João d’Abreu Vilhete e Julio Cesar dos Reis

[Este artigo é versão de capítulo do livro Tecnologia e Educação – passado, presente e o que está por vir, organizado por José Armando Valente, Fernanda Maria Pereira Freire e Flávia Linhalis Arantes]

No mundo repleto de dispositivos dotados de tecnologias digitais em que vivemos na atualidade, a cada momento surgem novidades, aprimoramentos e aperfeiçoamentos na maneira como acessamos informações e percebemos o nosso entorno. A forma como executamos determinadas tarefas, sobretudo as de natureza repetitiva, altera-se a cada dia. É neste contexto que a robótica pode ser inserida como uma área de conhecimento voltada ao uso de recursos de software, hardware e circuitos eletrônicos que, quando combinados, possibilitam automatizar inúmeras tarefas que fazem parte do nosso dia a dia. Ampliar a utilização da robótica para o contexto educacional é o propósito da robótica pedagógica (RP) que aqui apresentamos. Há mais de três décadas a RP vem enriquecendo a forma de se ensinar conceitos científicos/tecnológicos. A metodologia de implantação de RP no ensino pode envolver desenvolvimento de projetos que visam a formação de professores para seu uso integrado ao currículo. Continue lendo Robótica pedagógica

Robôs no campo: da plantação e monitoramento à mesa de casa

Por Monique P. G. de Oliveira, Angel P. Garcia e Daniel Albiero

Existem dois grandes desafios além do desenvolvimento das novas tecnologias: torná-las mais disponíveis comercialmente, integrando equipamentos e ideias que hoje se encontram espalhados em diversos trabalhos científicos, e viabilizar seu uso por pequenos produtores, de modo que também possam se valer da precisão e da economia de recursos a elas associadas. É necessário o barateamento dos equipamentos e sensores utilizados e que se conheça a infraestrutura disponível, como o acesso à energia elétrica e à internet. Continue lendo Robôs no campo: da plantação e monitoramento à mesa de casa

Os robôs podem ser hackeados?

Por Estevam F. Arantes e Kalinka Castelo Branco

Se em um passado não muito distante uma pessoa qualquer fosse questionada, provavelmente diria que na década de 2020 já existiriam carros voadores, robôs que fazem o serviço no lugar das pessoas, imersão e conectividade da informação em todo o mundo. Apesar de algumas dessas ideias ainda não fazerem parte do cotidiano, estão mais próximas do que imaginamos – é a era robótica. Continue lendo Os robôs podem ser hackeados?

Automação é destino: um mundo envelhecido precisa de robôs

Editorial da revista britânica The Economist, publicado originalmente em 16 de fevereiro de 2019, tradução de Amin Simaika

Em vez de tirar os empregos das pessoas, as máquinas vão ajudar a cuidar delas na velhice. Pesquisa do MIT e da Universidade de Boston mostrou que, entre 1993 e 2014, os países que mais investiram em robótica foram os que estavam envelhecendo mais rápido. Automação não é a única forma de lidar com carência de habilidades – imigração e aposentadoria tardia também ajudam –, mas é uma das mais importantes. Continue lendo Automação é destino: um mundo envelhecido precisa de robôs

A tecnologia no processo de trabalho (assim como o capital) é uma relação social

Por Peter Frase, publicado originalmente na revista Jacobin em 18 de março de 2015, tradução de Amin Simaika

O discurso dominante tende para a visão simplista pela qual a tecnologia é uma coisa sobre a qual as pessoas podem ser contra ou a favor; talvez algo que possa ser usado de maneira ética ou não ética. Mas as tecnologias são desenvolvidas e introduzidas no contexto das batalhas entre capital e mão de obra, com vitórias, derrotas e concessões. Quando os termos do debate passam das relações de produção para uma tecnologia reificada, é sempre para o benefício dos patrões. A questão, portanto, é como incorporar tecnologia no pensamento e estratégia política sem tratá-la como externa às relações sociais nem cair na dicotomia tecno-utópica versus tecno-cética. Em muitos casos, o problema é que tecnologias úteis e potencialmente emancipadoras estão aprisionadas em um invólucro capitalista, otimizadas de forma a maximizar o lucro privado em vez de maximizar a riqueza social. Continue lendo A tecnologia no processo de trabalho (assim como o capital) é uma relação social

Pensamento inconsciente não existe

Por Nick Chater, publicado originalmente na revista Nautilus em 26 de julho de 2018, tradução de Amin Simaika

A descrição de Poincaré [na foto acima] de seu método particular de resolver problemas matemáticos sugere o motivo pelo qual ele era especialmente susceptível a lampejos brilhantes de entendimento. A estratégia dele era calcular o esboço da solução, sem caneta nem papel; e só então, laboriosamente, traduzir as suas intuições em linguagem matemática simbólica, a serem posteriormente checadas e verificadas. Fundamentalmente, para Poincaré, os problemas matemáticos eram transformados em problemas perceptuais: e com a intuição correta, a criação de provas seria relativamente rotineira, apesar de lenta. Um problema perceptual é exatamente o tipo de problema que pode ser resolvido em um único passo mental — contanto que encontremos exatamente a informação certa e vejamos o padrão nessa informação da maneira certa. Continue lendo Pensamento inconsciente não existe

Conhecimento comum, coordenação e a lógica das emoções autoconscientes

Por Kyle A. Thomas, Peter DeScioli e Steven Pinker

 Uma ofensa representa uma ameaça maior à reputação do transgressor se uma audiência não somente sabe privadamente sobre a transgressão, mas também sabe que o transgressor sabe que eles(as) sabem. Alguém que fracassa em uma tarefa ou decepciona um amigo ficará malvisto se não pedir desculpa, mas vai ficar ainda pior se a audiência souber que ele sabe que a audiência presenciou a ofensa e ainda não há pedido de desculpa à vista.

Esta é uma versão resumida de artigo publicado originalmente em Evolution and Human Behavior, volume 39, edição 2, março de 2018, pags. 179-190 Continue lendo Conhecimento comum, coordenação e a lógica das emoções autoconscientes

As mulheres negras e a ciência no Brasil: “E eu, não sou uma cientista?”

Por Bárbara Carine Soares Pinheiro

Apenas 10,4% das mulheres negras com idade entre 25 a 44 anos concluem o ensino superior. O percentual de mulheres pretas e pardas doutoras professoras de programa de pós graduação é inferior a 3%. Só 7% das bolsas de produtividade são destinadas a mulheres negras. Continue lendo As mulheres negras e a ciência no Brasil: “E eu, não sou uma cientista?”