Arquivo da categoria: artigo

A privatização das prisões em duas perspectivas: preso como mercadoria e gestão compartilhada com Comandos

Por Camila Nunes Dias e Josiane da Silva Brito

No Brasil, a produção da delinquência se efetiva na constituição da prisão como lócus de articulação da criminalidade e de conformação de redes criminais mais amplas, densas e complexas. Para que a posição política estratégica da prisão seja preservada, faz-se necessário recriar continuamente formas de justificá-la, dispositivos técnicos e discursivos que a legitimem e permitam o fortalecimento do círculo vicioso que articula a dinâmica criminal e o encarceramento em massa como elementos políticos centrais.
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A punição no audiovisual norte-americano e brasileiro: entre o tribunal e a prisão

Por Paula Gomes

Se o audiovisual norte-americano elegeu o ambiente dos tribunais como lócus de excelência em suas produções, no Brasil prevalecem os espaços prisionais. Quais as implicações dessa diferença? Continue lendo A punição no audiovisual norte-americano e brasileiro: entre o tribunal e a prisão

Adolescentes, drogas e internet: ações de prevenção ou estímulo ao uso?

Por Geraldo Mendes de Campos e Edilaine Moraes

Uma das críticas que se faz ao canal holandês Drugslab, do YouTube, é a mesma que se fazia às antigas palestras de dependentes químicos nas escolas: alguns jovens, ao obterem informações que possam desmistificar os males causados por determinadas drogas, podem se sentir menos temerosos, mais curiosos e atraídos para a experimentação. Continue lendo Adolescentes, drogas e internet: ações de prevenção ou estímulo ao uso?

Vitaminas: dos benefícios aos riscos

Por Lucile T. Abe-Matsumoto

Não há evidências científicas conclusivas sobre o efeito das vitaminas antioxidantes (A, C e E) para a prevenção de doenças; por outro lado, há agora evidências de que altas doses de algumas vitaminas aumentam o risco de desenvolvimento de algumas doenças, incluindo o câncer.  Continue lendo Vitaminas: dos benefícios aos riscos

O previsível fiasco do ensaio clínico da fosfoetanolamina, a improvável “pílula do câncer”

Por Francisco J. R. Paumgartten

O desenvolvimento de novos medicamentos é processo complexo, longo, caro e altamente seletivo, com elevadíssima taxa de insucesso. Estima-se que de 5 mil a 10 mil moléculas que são submetidas à triagem inicial para atividade farmacológica, apenas uma se tornará um novo medicamento, aprovado para comercialização pelos órgãos reguladores e útil na prática médica. Continue lendo O previsível fiasco do ensaio clínico da fosfoetanolamina, a improvável “pílula do câncer”

A maconha na pauta das instituições

Por Monique Oliveira

Como o processo de regulamentação do canabidiol no Brasil transformou a ontologia da cannabis sativa.  O canabidiol foi regulamentado no Brasil – e a maconha não – por uma necessidade institucional daquele momento. Era possível, por exemplo, fazer uma discussão sobre a regulamentação do CBD como um fitoterápico – mas, para isso, seria necessário passar pela maconha – e as instituições não levantaram essa possibilidade. Continue lendo A maconha na pauta das instituições

Poder de automação: interferência de bots sociais na política global

Por Samuel C. Woolley

As formas como softwares sociais automáticos estão sendo implantados, bem como os grupos por trás da implantação, estão mudando. Os pesquisadores de ciência da computação descobriram que os bots sociais podem ser usados além da simples interação homem-bot, rumo a uma garimpagem em larga escala dos dados de usuário e verdadeira manipulação da opinião pública em sites como Facebook e Twitter.

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Os meios de comunicação e a democracia

Por Luis Felipe Miguel

Nos regimes que, em geral, aceitamos como “democráticos” o povo não governa. Sua influência nas decisões políticas é filtrada por mecanismos de intermediação, entre os quais a mídia. A falsificação escancarada e a omissão deliberada não resumem o repertório de formas de intervenção política da mídia. Ainda mais crucial é o poder de determinar a agenda que receberá atenção pública, os agentes e as posições relevantes. Há casos de manipulação ostensiva, mas o mais importante é o efeito sistemático da reduzida pluralidade do noticiário. Continue lendo Os meios de comunicação e a democracia

Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?

Por Reginaldo C. Moraes

O reino da pós-verdade não é uma consequência de qualquer “determinismo tecnológico” ou o fruto da “explosão da informação” que, supostamente, caracteriza nosso cotidiano, balcanizando e fragmentando a informação, disseminando a crença em tudo e, portanto, em nada. Aquilo que por vezes se tem chamado imprecisamente de “sombra do fascismo” é um filho legítimo do movimento de fim da história, isto é, da caricatura de democracia liberal e de mercado livre que os poderes fáticos do centro do mundo impuseram ao planeta como destino inelutável. É surpreendente que os personagens vocacionados para o sucesso hoje sejam encarnação da “anti-política”? Pode ser um empresário excêntrico e agressivo, pode ser um chefe cripto-hitleriano. A emergência desses tipos é uma descendência legítima da apologia da globalização. A mídia conservadora americana não via Trump como o candidato dos sonhos. Mas não podem rejeitar a paternidade. A imprensa liberal também o recusa, evidentemente. Mas não pode negar que ele é a versão cínica e truculenta daquilo que fazem, elegantemente, os falcões globalistas do Partido Democrata. Continue lendo Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?