Arquivo da categoria: artigo

Os oráculos da pós-modernidade: ficção científica, ciência e o futuro

Por Vitor Chiodi

Na introdução do clássico A mão esquerda da escuridão, Ursula Le Guin (2014) diz que a ficção científica é muito mais um comentário sobre o presente que uma forma de tentar prever o futuro. Ainda assim, é muito comum que se avalie ficções científicas do passado a partir da sua suposta capacidade de antecipar acontecimentos. Um sinal no presente que confirme alguma suspeita e, quase instantaneamente, surge um novo oráculo que já estava ali,  a dizer os próximos passos, e o que e a quem temer. A ficção científica conecta ciência e público em torno de imaginários tecnocientíficos. Em certo sentido se torna uma forma de pensar a ciência e a tecnologia e especular para onde elas podem nos levar. Narrar o futuro se torna uma ferramenta para pensar o presente, como tão bem descreveu Le Guin. Continue lendo Os oráculos da pós-modernidade: ficção científica, ciência e o futuro

Febre amarela…uma das histórias sem fim

Por Maria Alice Rosa Ribeiro

Aqueles que não aprendem com o passado estão condenados a repetir seus erros […]. Em poucas áreas esta assertiva é tão verdadeira quanto na saúde pública. Quem quer que se tenha dedicado a esta tão ingrata quanto fascinante atividade vive sob a permanente impressão do déjà vu; e pior, aquilo que foi visto, e que é visto, não é agradável. A cíclica volta das pestilências ao Brasil, ainda que em circunstâncias sempre variáveis, é uma prova disto (Moacyr Scliar,1993).

A Moacyr Scliar, in memoriam

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Febre amarela midiática: a doença como um produto jornalístico

Por Cláudia Malinverni

No verão de 2007-2008, o Brasil vivia uma epizootia de febre amarela silvestre, desde o início classificada pela autoridade de saúde pública e a maior parte da comunidade científica como dentro da normalidade epidemiológica. A imprensa de massa discordou e deu ao evento uma intensa e controversa cobertura, que mobilizou a imprensa nacional em todos os suportes (TV, rádio, jornais, revistas, internet). Nesse processo de produção da notícia, configurou a doença como uma realidade epidêmica urbana – ciclo, ressalte-se, não registrado no país desde 1942. Continue lendo Febre amarela midiática: a doença como um produto jornalístico

Mudanças climáticas e arboviroses

Por Tamara Nunes de Lima Camara

A dinâmica de doenças que envolvem um hospedeiro vertebrado, um vírus e um mosquito vetor é dependente de alguns fatores que influenciam a transmissão. No caso da febre amarela, aspectos relacionados ao clima, como a pluviosidade e a temperatura, têm grande influência na dinâmica de transmissão: a primeira por promover a oferta de criadouros naturais dependentes da água da chuva para mosquitos silvestres e a segunda por assegurar uma maior rapidez de fêmeas adultas capazes de transmitir o vírus causador dessa arbovirose. Continue lendo Mudanças climáticas e arboviroses

Os ciclos de disseminação da febre amarela e a produção de epidemias no Brasil

Por Eduardo Hage Carmo

A recente epidemia de febre amarela no Brasil apresentou algumas características inusitadas em relação aos ciclos anteriores de disseminação do vírus no país. Para entender esses ciclos é necessário retroceder algumas décadas e analisar emergências anteriores relacionadas à doença.

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Educando os policiais brasileiros

Por Susana Durão

Nas polícias brasileiras, não estar do mesmo lado em questões de trabalho significa não apenas percorrer a travessia dos dilemas éticos. Pode muito bem significar um desafio punível com a morte. A imaginação dos programas de direitos humanos nunca incorporou claramente esse dado. Nos próximos parágrafos exploro alguns contornos de um anseio social de transformar o policiamento no Brasil a partir da educação e “redenção” individual dos policiais. Mudanças estruturais, essas esperam a sua vez. Continue lendo Educando os policiais brasileiros

Sobre a autopunição. Uma perspectiva freudiana

Por Claudio Eduardo Rubin

Autor aborda um viés ao qual a psicanálise dedica, desde seus primórdios, uma particular atenção. Ao sediar impulsos moralmente censuráveis num âmbito diferente da consciência, Freud colocava o primeiro degrau para uma explicação da autopunição. Continue lendo Sobre a autopunição. Uma perspectiva freudiana

Punição e educação: fragmentos da história de uma relação inacabada

Por Áurea M. Guimarães e Carolina de Roig Catini

A consolidação das instituições disciplinares conta com o processo de aprimorar a noção da “criança bem-educada” diferenciando-a dos moleques, desordeiros e vagabundos. A lógica do liberalismo se manifesta na instauração da meritocracia e competição também nas instituições escolares, nas quais a punição se desloca para o fracasso, exclusão e estigmatização daqueles que não alcançam os objetivos no tempo previsto e mensurado pelas avaliações. Continue lendo Punição e educação: fragmentos da história de uma relação inacabada

Sanções econômicas: punição ou “humanitarização das intervenções”?

Por Alcides Eduardo dos Reis Peron

Agindo mais como um mecanismo punitivo sobre as sociedades do que um dispositivo de coação política, as sanções colocam a população civil em estado de vulnerabilidade e estimulam diversas partes a um potencial conflito. Continue lendo Sanções econômicas: punição ou “humanitarização das intervenções”?