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Dossiê Universidade Pública

Ensino superior, universidade e desenvolvimento: ensinamentos da experiência internacional

Por Reginaldo C. Moraes

Os exemplos dos Estados Unidos e da Alemanha mostraram que boas escolas – e as universidades entre elas – são parte decisiva da infraestrutura de desenvolvimento de um país. Tanto ou mais do que estradas, redes de energia ou comunicação via satélite. Mas, assim como esses outros investimentos infraestruturais, o retorno é lento e pouco focalizado em beneficiários diretos. Por isso, dizia o especialista Richard Nelson, fica longe do necessário se deixado a cargo exclusivamente da decisão privada. É preciso preservar, na investigação acadêmica, um espaço diversificado de áreas de interesse. A universidade precisa pairar acima da aplicação prática mais evidente – outra dificuldade para o investimento privado, cada vez mais marcado pelo “curto-prazismo”. Continue lendo Ensino superior, universidade e desenvolvimento: ensinamentos da experiência internacional

A urgência da universidade necessária

Por Peter Schulz

A universidade necessária de Darcy Ribeiro completa 50 anos. Lançado em 1969, o livro é composto por textos escritos nos dois anos anteriores. Remete, portanto, a tempos difíceis, precisando ser relembrado agora, novo momento complexo para a educação em nosso país. O livro é sobre a universidade pública para uma América Latina atolada no subdesenvolvimento e mergulhada em ditaduras durante a Guerra Fria de então. Hoje, o contexto parece diferente e, apressadamente, pode-se dizer que as questões colocadas na obra seriam então anacrônicas. Hipótese que se revela falsa, pois muitas das questões continuam em aberto e, assim, persistem e permanecem atuais. Continue lendo A urgência da universidade necessária

A expansão de universidades públicas e os fins da educação

Por Flávio Batista Ferreira

A concepção de educação superior de Clark Kerr, presidente da Universidade da Califórnia entre 1958 e 1967, serviu à estruturação de sistemas organizados de forma verticalizada, estratificada e hierarquizada por diferentes instituições de modo a preservar uma pequena elite de instituições de pesquisa e pós-graduação no topo da estrutura e instituições de ensino na base que pudessem responder às necessidades de massificação. No Brasil, a diferenciação que protege as instituições de pesquisa não decorre de um plano diretor como o da Califórnia, mas da separação entre oferta pública e privada de educação superior. Continue lendo A expansão de universidades públicas e os fins da educação

Universidade pública e para todos os públicos

Por José Alves de Freitas Neto

 A realização de provas únicas (os famosos vestibulares) indica que a universidade, tão criativa em seu interior, é pouco original na seleção de seus futuros alunos. O imperativo de que o acesso deva ocorrer por um sistema universal de disputa de vagas mascara as diferenças escolares e sociais existentes e produz um ambiente muito homogêneo, perfil que contribui para o distanciamento. A universidade fechada em si mesma é um equívoco que remonta ao modo naturalizado de ingresso. Por quem e para quem é a universidade pública? A resposta é simples: para todos os públicos, de todas as rendas e de todas as experiências escolares. Ali, a experiência muda a vida dos mais vulneráveis socialmente, mas também das elites. Para além dos conhecimentos, aprende-se regras para a cidadania e o combate à cultura de privilégios. A universidade é um laboratório para o convívio democrático. Continue lendo Universidade pública e para todos os públicos

A autonomia universitária e seus percalços

Por Nina Beatriz Stocco Ranieri e Michel Kurdoglian Lutaif

Não há receita milagrosa para a efetivação da autonomia universitária. Como se verifica no caso das universidades estaduais paulistas, os fatores mais importantes são a responsabilidade institucional e a responsabilidade objetiva dos dirigentes. No caso das federais, o artigo 207 da Constituição Federal acabou não sendo efetivo: são administradas a partir de regras emanadas do Ministério da Educação. A edição da LDB em 1996 parecia anunciar uma nova era, fundada na descentralização, o que não se confirmou com o tempo. A legislação ordinária não controlou as principais variáveis que interferem na eficácia de sua atuação autônoma: condições de financiamento e especialidade do seu regime jurídico. Continue lendo A autonomia universitária e seus percalços

Universidade pública, equidade e gratuidade: velhas questões em novos cenários

Por Helena Sampaio

A proposta do Banco Mundial de instituir a cobrança de mensalidades nas universidades públicas como um meio para promover a equidade no ensino superior no país já soava ineficaz nos idos dos anos 1990. Com base nos dados usados pelo próprio órgão à época, o fim da gratuidade nas instituições públicas serviria apenas para excluir do ensino superior mais da metade dos estudantes do segmento das federais cujas famílias encontravam-se na faixa de renda de até dez salários mínimos. Continue lendo Universidade pública, equidade e gratuidade: velhas questões em novos cenários

Ronaldo Mota: ‘Universidade pública é o melhor investimento que uma nação pode fazer’

Por Allison Almeida

“Se entendermos as universidades públicas como espaços de produção de conhecimento e de interação forte com a capacidade produtiva, calcada em inovação, contribuindo de forma substantiva para ampliar o nível de produtividade e competitividade do país, elas seriam a melhor opção de investimento que uma nação pode ter”. Continue lendo Ronaldo Mota: ‘Universidade pública é o melhor investimento que uma nação pode fazer’

Qual o melhor vestibular? Os problemas, soluções e alternativas para os modelos já existentes no Brasil e em outros países

Por Camila Pissolito

Os debates relacionados à equidade e mérito sobre o que seria o vestibular “ideal” Continue lendo Qual o melhor vestibular? Os problemas, soluções e alternativas para os modelos já existentes no Brasil e em outros países