Arquivo da categoria: artigo

A privatização fatiada da Petrobrás: contabilizando a venda da maior empresa do país

Por Eric Gil Dantas

Desde 2015 vivemos um novo contexto de avanço de ideias econômicas liberais e consequentemente privatistas sobre o Estado brasileiro. Nestes momentos, a Petrobrás, como maior empresa do país, é sempre alvo de propostas de privatização. Mesmo ainda não havendo a venda completa da empresa, a partir de um projeto de lei que autorize a alienação da propriedade da companhia, isto não impediu que uma privatização fatiada da Petrobrás ocorresse. Várias subsidiárias, participações, ações, reservas de petróleo e outros tipos de ativos estão sendo vendidos constantemente pela Petrobrás, parte do seu “Plano de Desinvestimentos”. Continue lendo A privatização fatiada da Petrobrás: contabilizando a venda da maior empresa do país

Transição Energética: Desafios e Oportunidades

Por Henrique Alves Bacco Fonseca, Eduardo Parma, Carina de Souza Teixeira Peraça e Letícia Maria Sampaio Barros

Muitas ou algumas das contribuições do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e dos demais grupos de pesquisa que hoje constam em artigos científicos e patentes estarão presentes nas próximas tecnologias que usaremos para gerar e armazenar energia limpa. Por tudo isso, a ciência é uma das peças-chave para o desenvolvimento sustentável rumo a um futuro mais “verde”, o qual só será possível com o apoio e financiamento adequado à pesquisa científica. Continue lendo Transição Energética: Desafios e Oportunidades

A farra dos dividendos na Petrobrás: rentabilidade obscena para os acionistas

Por Eduardo Costa Pinto

No primeiro semestre de 2022 a Petrobrás distribuiu para seus acionistas R$ 136 bilhões na forma de dividendos, valor maior do que a soma de dividendos distribuídos pelas seis maiores petroleiras integradas do ocidente – Equinor, Exxon Mobil, Chevron, Shell, TotalEnergies e BP. A companhia brasileira poderia estar investindo em energias renováveis, olhando a transição energética como possibilidade de geração de lucros no futuro. Mas está presa num circuito fechado que beneficia, em muito, os acionistas de hoje em detrimento tanto dos consumidores quanto da própria empresa e seus acionistas amanhã, uma vez que menor investimento hoje significa menor geração de caixa no futuro. Continue lendo A farra dos dividendos na Petrobrás: rentabilidade obscena para os acionistas

Por que é tão difícil acertar nas contas quando falam dos investimentos no refino da Petrobrás?

Por Eduardo Costa Pinto

Este texto, publicado originalmente em 25 de agosto de 2022 no blog do autor, é resposta ao artigo “A ineficiência do investimento em refino da Petrobrás nos anos 2000”, de Adriano Pires, Luana Furtado e Samuel Pessoa Continue lendo Por que é tão difícil acertar nas contas quando falam dos investimentos no refino da Petrobrás?

Entre a obsolescência programada e a eternidade transumanista

Por Marta Kanashiro

Vocês que vivem seguros em suas cálidas casas, vocês que, voltando à noite, encontram comida quente e rostos amigos, pensem bem se isto é um homem que trabalha no meio do barro, que não conhece paz, que luta por um pedaço de pão, que morre por um sim ou por um não. (É isto um homem?, Primo Levi) (1) Continue lendo Entre a obsolescência programada e a eternidade transumanista

Entre lutos: a questão da morte na vida do adolescente

Por Maria Cristina Mariante Guarnieri

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung afirma que a problemática cultural que enfrentamos hoje pode ser encontrada expressa nos conflitos do próprio indivíduo. Se a crise contemporânea nos revela uma crise psicológica, o momento onde essa crise mais se evidencia é no período da adolescência. Essa fase de transição da infância para vida adulta apresenta características que são muito dependentes do ambiente sócio cultural. E essa tendência grupal também é uma necessidade, pois o adolescente precisa do grupo como apoio para que possa negar a referência familiar e se encontrar, como sujeito, nesse embate. Continue lendo Entre lutos: a questão da morte na vida do adolescente

Da linguística geral à filosofia da linguagem: escutando os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem

Por Valdemir Miotello, Camila Caracelli Scherma, Fabrício Cesar de Oliveira e Nathalia Viana da Mota

RESUMO: A partir de Saussure, passando por Bakhtin, a questão da significação constituiu um problema central nos estudos filosóficos do século XX. De um lado, estavam os herdeiros do Crátilo (Platão), defensores da teoria objetivista da linguagem, tais como Ferdinand de Saussure, que julgavam que as palavras deveriam refletir apenas a descrição, sincrônica e imutável, da realidade; do outro lado, encontravam-se os herdeiros das Investigações filosóficas (Wittgenstein), defensores de uma visada mais concreta e pragmática, tais como Mikhail Bakhtin, que entendiam que com as palavras poder-se-ia fazer muito mais coisas do que apenas descrever, nomear ou classificar os objetos no mundo, pois entendiam a língu(a)gem como ação, como um agir no mundo em interação social. Nesse sentido, o objetivo deste texto é apresentar algumas compreensões dos sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem. Para tanto, procuramos estabelecer uma relação dialógica entre a perspectiva linguística saussuriana e a perspectiva linguístico-filosófica bakhtiniana no que tange à concepção de língua e, sobretudo, de signo. Continue lendo Da linguística geral à filosofia da linguagem: escutando os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem

Comunicação sensacionalista deixa ciência de ressaca

Por Marcelo Yamashita e Carlos Orsi, do Instituto Questão de Ciência

Publicado originalmente na revista Questão de Ciência e republicado na revista ComCiência com autorização dos autores.

A assessoria de imprensa bartender tem como contraparte e complemento o jornalismo bartender, que não existe para informar, mas entreter. Um dos recursos usados por esse tipo de jornalismo é, exatamente, o da sensacionalização da ciência, construindo estereótipos que reduzem descobertas científicas a anedotas de botequim e levam o público à indiferença (“se tudo causa câncer, para que parar de fumar?”). Nenhum engajamento vale esse preço. Continue lendo Comunicação sensacionalista deixa ciência de ressaca