Arquivo da categoria: resenha

Sobre não se contentar com a superfície: Nise – o coração da loucura

Por Raquel Torres

“Eu não acredito em cura pela violência”. Esta é a resposta de Nise da Silveira (1905-1999) ao ser apresentada a métodos de tratamentos psiquiátricos como lobotomia e eletroconvulsoterapia (eletrochoques). A fala resume a visão de medicina e posição ética dessa médica pioneira, que revolucionou a psiquiatria no Brasil.

Nise – o coração da loucura, longa metragem produzido em 2016 com Glória Pires no papel principal, e direção de Roberto Berliner, retrata um momento específico da trajetória de Nise, o período em que saiu da prisão (onde permaneceu por 18 meses) e retomou o exercício da medicina no hospital psiquiátrico de Engenho de Dentro, zona norte do Rio de Janeiro, em 1944. Continue lendo Sobre não se contentar com a superfície: Nise – o coração da loucura

A curiosa história de um livro que demorou 7 décadas para ser concluído

Por Bianca Bosso

Filme O gênio e o louco põe em xeque a concepção de loucura e genialidade e celebra a paixão pelas palavras ao contar a história do Dicionário Oxford da língua inglesa. Continue lendo A curiosa história de um livro que demorou 7 décadas para ser concluído

Quem foi que disse? Consenso e evidências são mais confiáveis que indivíduos

Por Laura Segovia Tercic

Por que confiar nos cientistas quando eles dizem que as mudanças climáticas irão mudar o mundo como o conhecemos e gerar crises e sofrimento? Livro de Naomi Oreskes, professora de história da ciência em Harvard, faz a pergunta fundamental de nossos dias.

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‘Como as democracias morrem’: um novo jeito de implantar ditaduras no século XXI

Por Bianca Bosso

“Surgira uma séria disputa entre o cavalo e o javali; então, o cavalo foi a um caçador e pediu ajuda para se vingar. O caçador concordou, mas disse: ‘Se deseja derrotar o javali, você deve permitir que eu ponha esta peça de ferro entre as suas mandíbulas, para que possa guiá-lo com estas rédeas, e que coloque esta sela nas suas costas, para que possa me manter firme enquanto seguimos o inimigo’. O cavalo aceitou as condições e o caçador logo o selou e bridou. Assim, com a ajuda do caçador, o cavalo logo venceu o javali, e então disse: ‘Agora, desça e retire essas coisas da minha boca e das minhas costas’. ‘Não tão rápido, amigo’, disse o caçador. ‘Eu o tenho sob minhas rédeas e esporas, e por enquanto prefiro mantê-lo assim.’

O javali, o cavalo e o caçador” Fábulas de Esopo Continue lendo ‘Como as democracias morrem’: um novo jeito de implantar ditaduras no século XXI

A urgência da universidade necessária

Por Peter Schulz

A universidade necessária de Darcy Ribeiro completa 50 anos. Lançado em 1969, o livro é composto por textos escritos nos dois anos anteriores. Remete, portanto, a tempos difíceis, precisando ser relembrado agora, novo momento complexo para a educação em nosso país. O livro é sobre a universidade pública para uma América Latina atolada no subdesenvolvimento e mergulhada em ditaduras durante a Guerra Fria de então. Hoje, o contexto parece diferente e, apressadamente, pode-se dizer que as questões colocadas na obra seriam então anacrônicas. Hipótese que se revela falsa, pois muitas das questões continuam em aberto e, assim, persistem e permanecem atuais. Continue lendo A urgência da universidade necessária

Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Por Salete Cecilia de Souza

A obra Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,  publicada neste ano, é organizada por Geraldo Caliman, doutor em educação pela Università Pontificia Salesiana de Roma e professor da Universidade Católica de Brasília, onde já atuou também como pró-reitor de pós-graduação e pesquisa e onde ensina no programa de mestrado e doutorado em educação e coordena a cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade. Continue lendo Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Em ‘Eu, robô’ de Isaac Asimov, os robôs são distração

Por Carlos Orsi

Leitura do clássico vale, ainda hoje, tanto pela diversão que traz quanto pelas reflexões que provoca – não sobre a automação e seu impacto na sociedade, mas sobre a natureza da inteligência, a fluidez da linguagem (afinal, o que significa “ferir um ser humano?” o que é “ferir”? o que é “humano”?), sobre liberdade e, por fim, sobre a relação da humanidade com quaisquer tecnologias que cria. Continue lendo Em ‘Eu, robô’ de Isaac Asimov, os robôs são distração

Cérebro: máquina do tempo, tambor de todos os ritmos

Por Camila P. Cunha

Dean Buonomano, biólogo formado pela Unicamp e hoje professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, estuda o cérebro como órgão temporal, que conta o tempo, antecipa o futuro e gera padrões que nos projetam mentalmente em diferentes pontos do espaço-tempo. Autor do best-seller Your brain is a time machine: the neuroscience and physics of time (editora Norton, 2018), ele propõe uma viagem multidisciplinar no tempo para revelar o universo em nós. Continue lendo Cérebro: máquina do tempo, tambor de todos os ritmos