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Laboratório de Genômica e bioEnergia (LGE) da Unicamp lança série de vídeos

A série de vídeos curtos “Ciência em série”, que traz jovens cientistas do Laboratório de Genômica e bioEnergia (LGE) da Unicamp falando de suas pesquisas de forma simples e fácil, foi lançado este mês. Continue lendo Laboratório de Genômica e bioEnergia (LGE) da Unicamp lança série de vídeos

Universidade pública e para todos os públicos

Por José Alves de Freitas Neto

 A realização de provas únicas (os famosos vestibulares) indica que a universidade, tão criativa em seu interior, é pouco original na seleção de seus futuros alunos. O imperativo de que o acesso deva ocorrer por um sistema universal de disputa de vagas mascara as diferenças escolares e sociais existentes e produz um ambiente muito homogêneo, perfil que contribui para o distanciamento. A universidade fechada em si mesma é um equívoco que remonta ao modo naturalizado de ingresso. Por quem e para quem é a universidade pública? A resposta é simples: para todos os públicos, de todas as rendas e de todas as experiências escolares. Ali, a experiência muda a vida dos mais vulneráveis socialmente, mas também das elites. Para além dos conhecimentos, aprende-se regras para a cidadania e o combate à cultura de privilégios. A universidade é um laboratório para o convívio democrático. Continue lendo Universidade pública e para todos os públicos

As baratas de Moscou

Por Néri de Barros

Guerras são eventos catastróficos. Em decorrência do desenvolvimento tecnológico, as mais terríveis aconteceram no século XX. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve tantos mortos que nunca se saberá seu número exato. Talvez 80 milhões, sendo 50 milhões civis. Entre suas muitas atrocidades se destaca a carnificina do cerco de Stalingrado. A este respeito, a escritora ucraniano-bielorussa, Svetlana Aleksiévitch anota, em A guerra não tem rosto de mulher, um depoimento curioso: “Não me lembro de gatos nem de cachorros na guerra, lembro dos ratos… Nem no pior filme eu vi mostrarem como os ratos saíam da cidade antes do fogo da artilharia. Isso não foi em Stalingrado… Foi ainda perto de Viazma… De manhã, bandos de ratos andavam pela cidade em direção ao campo. Eles farejavam a morte. Eram milhares… Pretos, cinzentos… As pessoas olhavam horrorizadas para esse espetáculo sinistro e se apertavam contra as casas. E exatamente na hora em que os ratos sumiram da nossa vista começou o bombardeio. Os aviões atacaram. No lugar das casas e dos porões só restou uma areia pedregosa.” Continue lendo As baratas de Moscou

O eclipse de 1919 e as disputas pela ciência

Por Danilo Albergaria

A história da produção e da interpretação dos dados observacionais em 1919 constitui um cenário muito mais complicado do que o encontrado nas narrativas triunfalistas. O primeiro e mais persistente mito sobre a construção da ciência em nossa cultura é o de que os dados experimentais e observacionais constituem base objetiva para o teste e a avaliação das teorias. O segundo, mais novo, é o de que a produção e a interpretação dos dados empíricos são determinadas pelos vieses teóricos, ideológicos ou metafísicos dos cientistas envolvidos. Afirma-se, assim, um lugar-comum oposto ao da objetividade. Ambas são formulações perniciosas e jogam água no moinho da incompreensão sobre o funcionamento da ciência. Estudos posteriores mostraram que a confiança nos resultados de 1919 favoráveis à relatividade geral era justificada. Continue lendo O eclipse de 1919 e as disputas pela ciência

Relatividade no cotidiano

Por Carolina M. Idelfonço

A relatividade geral é a teoria moderna que descreve a gravidade e a conexão existente entre espaço e tempo. Seus conceitos de dilatação temporal e contração espacial parecem elementos de filmes de ficção científica, mas na verdade são recorrentes no dia a dia e aplicados em discos rígidos, microondas, aparelhos de ressonância magnética e sistemas de GPS. Continue lendo Relatividade no cotidiano

Robótica pedagógica

Por João d’Abreu Vilhete e Julio Cesar dos Reis

[Este artigo é versão de capítulo do livro Tecnologia e Educação – passado, presente e o que está por vir, organizado por José Armando Valente, Fernanda Maria Pereira Freire e Flávia Linhalis Arantes]

No mundo repleto de dispositivos dotados de tecnologias digitais em que vivemos na atualidade, a cada momento surgem novidades, aprimoramentos e aperfeiçoamentos na maneira como acessamos informações e percebemos o nosso entorno. A forma como executamos determinadas tarefas, sobretudo as de natureza repetitiva, altera-se a cada dia. É neste contexto que a robótica pode ser inserida como uma área de conhecimento voltada ao uso de recursos de software, hardware e circuitos eletrônicos que, quando combinados, possibilitam automatizar inúmeras tarefas que fazem parte do nosso dia a dia. Ampliar a utilização da robótica para o contexto educacional é o propósito da robótica pedagógica (RP) que aqui apresentamos. Há mais de três décadas a RP vem enriquecendo a forma de se ensinar conceitos científicos/tecnológicos. A metodologia de implantação de RP no ensino pode envolver desenvolvimento de projetos que visam a formação de professores para seu uso integrado ao currículo. Continue lendo Robótica pedagógica

Robôs no campo: da plantação e monitoramento à mesa de casa

Por Monique P. G. de Oliveira, Angel P. Garcia e Daniel Albiero

Existem dois grandes desafios além do desenvolvimento das novas tecnologias: torná-las mais disponíveis comercialmente, integrando equipamentos e ideias que hoje se encontram espalhados em diversos trabalhos científicos, e viabilizar seu uso por pequenos produtores, de modo que também possam se valer da precisão e da economia de recursos a elas associadas. É necessário o barateamento dos equipamentos e sensores utilizados e que se conheça a infraestrutura disponível, como o acesso à energia elétrica e à internet. Continue lendo Robôs no campo: da plantação e monitoramento à mesa de casa

A universidade calada

Por Ricardo Whiteman Muniz

Quando uma universidade se nega a constituir, consolidar e promover sua comunicação jornalística própria, das duas uma: ou está sonegando (por preguiça?) da sociedade a riqueza de sua vida intelectual livre ou na verdade está paralisada pelo medo do “perigoso” contraditório (há na verdade uma terceira possibilidade: medíocre, já está melancolicamente morta por dentro). Continue lendo A universidade calada

Fim da gratuidade no ensino superior não tornaria educação brasileira menos desigual, afirmam especialistas

Por Suzana Petropouleas

Pesquisadores de educação e economia comentam alternativas para o ensino superior Continue lendo Fim da gratuidade no ensino superior não tornaria educação brasileira menos desigual, afirmam especialistas

Documentário revisita trajetória e pensamento do historiador Robert Slenes, referência nas pesquisas sobre escravidão

Por Luís Fernando M. Costa e Marta Avancini (Editora da Unicamp), especial para o Jornal da Unicamp
Fotos: Antoninho Perri
Edição de imagens: Luis Paulo Silva

A tradição historiográfica brasileira do século XX sobre escravidão considerava que o escravo era incapaz de desenvolver junto a seus semelhantes uma identidade pessoal e uma cultura autônoma e plena de vitalidade. Segundo essa visão, o regime escravocrata esgotaria a existência dos indivíduos submetidos a ele, transformando-os em vítimas de forças externas e, portanto, incapazes de atuar como sujeitos.

A partir dos anos 1980, essa abordagem começa a mudar, na medida em que historiadores incorporam metodologias capazes de apreender a cultura e o cotidiano dos escravos. Nessa perspectiva, a cultura é tratada como um campo de conflitos, ao invés de um campo no qual forças dominantes suprimem os esforços de uma classe subalterna. Nessa revolução, o nome do historiador Robert Slenes, ligado ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, surge como referência para a historiografia sobre escravidão e da cultura africana e afro-brasileira. Continue lendo Documentário revisita trajetória e pensamento do historiador Robert Slenes, referência nas pesquisas sobre escravidão